sábado, 7 de junho de 2008

O que pode ser considerado arte?

O texto “Estética” extraído do livro de Maria Beatriz de Medeiros busca em sua essência, esclarecer essa pergunta, além de também, ver a arte pelo conceito do que é belo, do que dá prazer, da raridade, da poesia, etc.

Partindo do pré-suposto de que não há nada fixo, estável, estático ou verdade absoluta, pois como a autora cita, “toda verdade é apenas momentânea e fugaz”. Procuraremos nos centrar no que na opinião da autora, pode ser considerado arte.

Segundo a autora (apud Kant), afirma que é arte aquilo que dá prazer, universalmente, sem conceito.

A autora nos fala que arte na opinião de muitos, seria algo designado por um artista, um crítico, um conhecedor de arte, alguém que possui o aval de uma instituição artística. Duchamp, foi o primeiro autor a questionar essa regra, sendo sua idéia, ao longo do tempo desenvolvida, ao ponto que alguns autores, levando em consideração, o fato da sociedade está cercada por objetos industrializados, a necessidade da presença desses objetos na arte, seja como material, com instrumento, como tema ou como conteúdo. Jean Baudrillard (2000), em Sistema dos Objetos, nos esclarece que os objetos, pelos quais estamos cada vez mais cercados, são signos: imagens fiéis das estruturas familiares e sociais de uma época. Esse fato retrata em resumo, a sociedade consumista em que vivemos, e que esses objetos, são obras que retratam essa realidade. Jean Baudrillard (2000) complementa ainda dizendo, que para que algo seja considerado arte, é necessário e imprescindível que alguém, qualquer um, designe aquele objeto, aquele ambiente como artes. Se não há nenhum designo, se não há palavra, a coisa permanece coisa, apenas objeto natural.

Concluindo, a autora resume bem o que podemos considerar arte:

“temos o direito de designar um objeto como arte, e aquilo que assim designarmos será arte para nós, e isso será indiscutível. È arte, para Duchamp, aquilo que ele determina como arte, da mesma forma que aquilo que o crítico determinar será arte. Mas também, e talvez, e sobretudo será arte aquilo que nós (eu, tu, ele, nós, vós, eles) designarmos como tal. Diremos então: é arte aquilo que o artista designar, mas tam­bém e somente aquilo que o público abraçar. É arte, para alguém, aquilo que esse alguém designar como tal”.



Autor: Oséias Almeida

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